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2012 - Livro Vermelho 2013

Urvillea glabra Cambess. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 14-08-2012

Criterio: D2

Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Urvillea glabra é uma liana que ocorre em vegetação sobre solo arenoso, como as Restingas e Florestas Arbustivas da Costa Atlântica brasileira. Embora ocorra em hábitats restritos da Mata Atlântica, a espécie apresenta distribuição ampla no bioma. Historicamente essas áreas foram agredidas pelo crescimento urbano e pela posterior especulação imobiliária, a exemplo dos municípios em que se localizam as subpopulações do Estado Rio de Janeiro, os quais compõem uma situação de ameaça. Outras subpopulações encontram-se isoladas e com perda de hábitat bastante elevada em relação à cobertura vegetal original da Mata Atlântica: 87,3% em Cabo de Santo Agostinho (PE); 76,9% em Guarapari e 94,5% em Vila Velha (ES). A subpopulação de Ubatuba (SP) é a mais preservada (16%) e pouco ameaçada em função da alta declividade do terreno da Serra do Mar. Diante do exposto, a espécie está sujeita a cinco situações de ameaça que podem elevar sua categoria a um maior risco futuramente.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Urvillea glabra Cambess.;

Família: Sapindaceae

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente em Fl. Bras. Merid. 1: 353 1828. A espécie é conhecida como "timbó" ou "cipó-timbó" (Reitz, 1980). Caracterizando-se principalmente por apresentar ramos floríferos trilobados, geniculados e glabros; folíolos possuindo margem com dois ou três pares de dentes próximos ao ápice e ambas as faces glabras; fruto cápsula elipsóides, com epicarpo glabro (Faria, 2009).

Dados populacionais

Em estudo realizado no Parque Estadual da Serra da Tiririca, RJ em uma área amostrada de 0,1 ha a representatividade da espécie foi de dois indivíduos com DAP > 2,5 cm (Barros, 2008).

Distribuição

A espécie ocorre nos Estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro (Somner et al., 2012), São Paulo e Pernambuco (CNCFlora, 2011).

Ecologia

Espécie liana, monóica, floração de abril a agosto e frutificação de maio a agosto, ocorre em Mata Atlântica sendo característica de áreas de Floresta Ombrófila Densa e Restinga, sendo que nas restingas ocorre em Floresta de cordão arenoso e formações arbustivas abertas (Reitz, 1980; Ferrucci, 2000; Faria, 2009).

Ameaças

10.5 Fire
Incidência local
Severidade medium
Detalhes O Parque Estadual da Serra da Tiririca, área de ocorrência da espécie, apesar de ser uma área protegida ainda vem sofrendo intensa degradação de fauna e flora devido a ocorrência de queimadas (Barros, 2008).

1.4.3 Tourism/recreation
Incidência local
Severidade high
Detalhes O Parque Estadual da Serra da Tiririca, área de ocorrência da espécie, apesar de ser uma área protegida ainda vem sofrendo intensa degradação de fauna e flora devido ao turismo desordenado e principalmente pela especulação imobiliária (Barros, 2008).

1.3.1 Mining
Incidência local
Severidade medium
Detalhes O Parque Estadual da Serra da Tiririca, área de ocorrência da espécie, apesar de ser uma área protegida ainda vem sofrendo intensa degradação de fauna e flora através de atividades de mineração (Barros, 2008).

1.4.3 Tourism/recreation
Incidência local
Severidade high
Detalhes O Parque Estadual da Serra da Tiririca, área de ocorrência da espécie, apesar de ser uma área protegida ainda vem sofrendo intensa degradação de fauna e flora devido ao turismo desordenado e principalmente pela especulação imobiliária (Barros, 2008).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie apresenta registros de ocorrência no Parque Estadual da Serra da Tiririca, RJ (Barros, 2008), Área de Proteção Ambiental Pau-Brasil, RJ (Faria, 81,83 RB) e Área de Proteção Ambiental de Grumari, RJ (Ferrucci, 1302 NYBG).

Referências

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- SOMNER, G.V.; FERRUCCI, M.S.; ACEVEDO-RODRÍGUEZ, P. Urvillea in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB020996>. Acesso em: 29 Jun 2012.

- FERRUCCI, M.S. Revisión del género Urvillea (Sapindaceae). Comunicaciones Científicas y Tecnológicas 2000, p. 3, 2000.

- REITZ, R. Sapindáceas. Itajaí, SC: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal; Herbário Barbosa Rodrigues, 1980. 76-77 p.

- ANA ANGÉLICA MONTEIRO DE BARROS. Análise florística e estrutural do Parque Estadual da Serra da Tiririca, Niterói e Maricá, RJ, Brasil. Tese de Doutorado. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2008.

- SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE, SÃO PAULO. SMA-SP. RESOLUçãO SMA N. 48 DE 2004. Lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, Diário Oficial do Estado de São Paulo, São Paulo, SP, 2004.

- MÔNICA DOS SANTOS FARIA. Lianas da família Sapindaceae nas restingas do estado do Rio de Janeiro, Brasil. Dissertação de Mestrado. Rio de Janeiro, RJ: Escola Nacional de Botânica Tropical, 2009.

Como citar

CNCFlora. Urvillea glabra in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Urvillea glabra>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 14/08/2012 - 16:05:31